Deus Todo-Poderoso limitado pela minha fé

“Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até se a este monte disserdes: Ergue-te, e precipita-te no mar, assim será feito; E, tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis.” (Mateus 21:21-22). Helen Roseveare (1925-2016) foi uma missionária inglesa que serviu a Deus no Congo como médica. Num dos seus relatos sobre a sua experiência, Helen disse o seguinte: “Uma mulher morreu ao dar à luz, deixando um recém-nascido prematuro e uma menina de dois anos.” No dia seguinte a esse acontecimento, visitou um orfanato e contou às crianças que era necessário uma botija de água quente para aquecer aquele bebé. Nesse momento, uma menina de dez anos chamada Ruth orou: “Deus, por favor… envie-nos uma bolsa de água quente. Não será bom amanhã, Deus, porque o bebé já estará morto, então, por favor, mande uma nessa tarde… E enquanto se encarrega disso, o Senhor, por favor, enviaria uma boneca para a menininha? Assim ela saberá que o Senhor realmente a ama.” Helen não acreditou que aquela oração fosse respondida. Mas, naquela tarde, recebeu uma encomenda do Reino Unido que não só continha uma “bolsa de borracha para água quente” como também… tinha uma boneca.[1] Ao ler esta história pensei que muitas vezes a nossa fé é mais pequena que um grão de mostarda e que às vezes o nosso bom Deus envia uma criança às nossas vidas para nos fazer confiar mais nEle. “Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até se a este monte disserdes: Ergue-te, e precipita-te no mar, assim será feito; E, tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis.” (Mateus 21:21-22). Quantas vezes já oraste pensado que Deus não iria responder à tua oração? Quantas vezes não expuseste os teus pensamentos a Deus, porque achaste que Ele não os iria responder e, por isso, não era necessário gastar tempo com esses pedidos? Quantas vezes já duvidaste do poder do nosso Deus Todo-Poderoso que derrotou a morte e o pecado ao enviar o Seu Filho que morreu e ressuscitou em nosso lugar? Sê genuíno perante Deus e confia-Lhe todos os teus desejos e ansiedades, mesmo que aos teus próprios olhos pareçam impossíveis, e deixa que Ele evidencie mais da Sua glória a ti e aos que te rodeiam. [1] Piper, Noël. Mulheres Fiéis e Seu Deus Maravilhoso: Histórias de Cinco Mulheres de Fé. SP-São José dos Campos: Editora Fiel, 2005. Pp. 182-183. Texto de uma jovem da JENO.

Conhecer e Obedecer – David Vieira de Campos

A vida cristã inicia-se quando o homem natural é salvo em Jesus Cristo, e se torna detentor da vida eterna. Um equívoco para muitos cristãos é associar a vida eterna apenas à vida pós-morte física. Tal equívoco denota falta de conhecimento, pois o próprio Senhor Jesus nos revela "Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância." João 10:10. Esta vida proposta por Jesus Cristo começa ainda neste mundo, após a conversão, e durará eternamente. Ainda sobre a mesma Jesus nos revelou em que consiste "E a vida eterna é esta: que te conheçam a Ti, o Único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste." João 17:3. Ora, esta faceta da caminhada cristã é - tristemente - tantas vezes negligenciada. Infelizmente é frequente constatar que existem crentes que frequentam as congregações locais há décadas tendo no entanto muito pouco conhecimento de quem Deus é, e por conseguinte um fraco e superficial relacionamento com Ele. Também quanto a isso a Palavra de Deus nos indica que "O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento..." Oséias 4:6. É portanto da maior importância que possamos conhecer Deus, antes de tudo o resto. Sem que conheçamos Deus, sem que tenhamos um relacionamento pessoal, íntimo e directo com Ele, é impossível agradar-Lhe.   Colocado este pilar fundamental, a saber; conhecer Deus, e decorrendo desse mesmo, impõe-se um outro de extrema importância: Obedecer-Lhe. De facto por falta de conhecimento ou então de entendimento constatamos tantas vezes uma compreensão equivocada daquilo que significa o Reino de Deus e fazer parte desse Reino. Ao contrário das monarquia terrestres modernas, este é um reino em que O Soberano tem forçosamente que exercer a Sua Soberania, em que cabem a Ele o trono e as decisões sobre nós mesmo e a nós simplesmente nos cabe obedecer. Faz não muito tempo ouvia um irmão de origem Africana, que é responsável de uma igreja na Europa mas ainda tem contacto regular e presencial com igrejas locais em África, fazer a seguinte observação: a Igreja na Europa, outrora origem de missionários usados por Deus para levar o Evangelho a todo o mundo, de um modo geral, está hoje demasiado acomodada e busca demais a sua própria estabilidade e conforto. Perdeu-se algures nas últimas décadas o sentido de obediência a Deus sem excitações e por conseguinte aos ensinamentos bíblicos. E este amado irmão dava exemplos e fazia o contraponto com a igreja em África, no Médio Oriente e na Ásia. De facto em quaisquer dessas latitudes é difícil a um Cristão verdadeiro buscar conforto material e/ou social, restando apenas a escolha clara e simples entre obedecer ou não aos ensinamentos bíblicos, tantas vezes, como sabemos, colocando em risco a sua própria vida. Desde logo obedecer ao chamado do Salvador "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” Mateus 11:28-29, passando pela grande comissão, não descorando o batismo nas águas "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” Marcos 16:15-16. Mas além destes também tantos outros mandamentos práticos, descritos pela Palavra de Deus, da observação dos quais Jesus declara "Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando." João 15:14.   A carta aos Efésios nos ensina que "Pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus Não vem das obras, para que ninguém se glorie; Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas." Efésios 2:9-10. Muito haveria para analisar e escrever sobre este texto, mas mesmo a sua mais simples e directa leitura nos permite perceber inequivocamente que somos salvos (não só mas também) para andar em boas obras, as quais Deus já preparou para que andássemos nelas. Tal ensino é corroborado e complementado na carta de Paulo aos Romanos quando diz "Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." Romanos 12:1-2. Este sacrifício dos nossos corpos é, antes de mais, um sacrifício de obediência em detrimento de nós mesmos, das nossas vontades e/ou prazeres e conforto. "Porém Samuel disse: Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros." I Samuel 15:22.   Por essa razão creio ser pertinente esta análise e subsequente chamada de atenção. A ilustração que vem à minha mente ao pensar nestes dois conceitos é a de duas pernas com as quais caminhamos na vida cristã. Uma é o conhecimento, a outra é a obediência. Se tentarmos caminhar apenas com uma delas não iremos muito longe (se chegarmos mesmo a sair do ponto de partida). Se descorar-mos uma das duas, o nosso caminhar será debilitado, como em uma brincadeira de criança em que andamos "ao pé-coxinho". Esta ideia pode parecer risível, mas talvez seja mais presente do que muitas vezes imaginamos. Cabe a cada um de nós analisar-se a si mesmo à luz da Palavra de Deus e em espírito de oração perceber até que ponto está ou não a caminhar a vida cristã em bom equilíbrio, fazendo uso de ambas as pernas, na direcção certa.   David Vieira de Campos