JEBV – Criação de Filhos e Culto Doméstico


Portfolio Description

Reunião de Jovens de 17 de março de 2019

Criação de filhos e Culto Doméstico

No passado dia 17 de março, na Reunião de Jovens da Juventude Evangélica Beira Vouga na Gafanha da Nazaré, fomos abençoados com a presença do nosso irmão Jónatas Rafael Lopes, da Igreja Batista da Graça – Lisboa, que nos veio falar sobre criação de filhos e culto domestico, tópico enquadrado no tema proposto para 2019: A
Família.

Começámos por abrir a Palavra de Deus em Marcos 5:19-20, texto a partir do qual percebemos que o primeiro campo missionário dos cristãos é a sua casa. A Graça de Deus é tremenda e, quando nos alcança, vai transbordar, logo, não podemos ficar reservados ao nosso canto, devemos falar aos outros, mas começando pelo nosso lar.
Este é, então, o grande desafio: ter famílias centradas em Cristo. A família começa pelo casal, pelo casamento. O casamento deve demonstrar o relacionamento entre Cristo e a Igreja: no amor, no cuidado, no serviço, na autoridade e na missão. O casamento não é acerca de marido, mulher e filhos (não é acerca de nós); o alvo do casamento é honrar a Deus. Deste modo, apesar de fazer parte, o propósito final do casamento não é ter filhos. Neste sentido, os casais que não têm filhos devem cuidar da sua intimidade, sobretudo espiritual (porque esta afeta todas as outras áreas), para que quando, de facto, cheguem os filhos, o tempo espiritual em família seja uma consequência natural. E devem cultivar o amor, o serviço, o compromisso, para que quando os filhos saírem de casa, prevaleça o desejo do casal estar junto, e para que os filhos tenham referências no que significa ser um homem e uma mulher de Deus. Por
conseguinte, pai e mãe devem cultivar sempre o seu relacionamento e não colocar o cônjuge em segundo plano, os filhos irão agradecer essas mesmas referências. O objetivo é que os meninos olhem para os pais, almejem ser como eles, e almejem encontrar uma mulher como a sua mãe, e vice-versa.

Ter filhos não é, então, o significado último do casamento, contudo é algo importante e bíblico. Mas qual é a razão e propósito de termos filhos? Não é o de concretizar os nossos caprichos nem a solução de problemas pois (eles vêm expor ainda mais as fragilidades e pecados no seio do casal) a solução é sempre Cristo, e o nosso propósito deve ser exatamente o de fazer deles discípulos do Senhor Jesus Cristo: discípulos que O amem mais do que a nós mesmos! Assim, a maior preocupação dos pais em relação aos filhos deve ser sempre a sua carreira, espiritual!
A educação espiritual das crianças não é da responsabilidade da Igreja, mas sim dos pais. Estes têm de estar em sintonia, e para tal é necessário dialogar, traçar um rumo. Unidos nos esforços de os educar e não estarem ausentes, pois, na ausência dos pais, alguém ocupará o papel de educador que eles deviam estar a ter. Essa educação deve ser operada segundo Efésios 6:1-4, isto é, os filhos devem obedecer aos pais. Eles devem obedecer não por causa dos pais em si, mas porque é bíblico. Devemos centrar sempre a educação dos nossos filhos na Palavra para eles tenham temor e reverência a Deus. Neste sentido os pais devem explicar aos filhos o porquê da correção, dos limites e restrições e que o objetivo da vida deles deve ser sempre o de glorificar a Deus em todas as coisas, porque a Bíblia assim o ensina. E os nossos filhos não precisam de compreender todas as nossas ações, porque nós também não compreendemos todas as ações do nosso Bom Pai. Contudo, todas as coisas devem ser feitas em amor e não devemos trazer as cargas de fora, descarregando nos filhos, pois isso é provocar ira desnecessária e pecaminosa.
Temos de ser intencionais na educação cristã que lhes damos desde pequenos: não vamos esperar que cresçam e escolham – se achamos que educá-los nos caminhos do Senhor é algo bom, devemos educá-los desde cedo. Pois as coisas que apreendemos em pequenos tornam-se naturais, e nunca as esquecemos. Hábitos que ficam nas nossas vidas, como deve acontecer com o Culto Doméstico, uma prática que sempre existiu na história cristã, como vemos no exemplo da família de Timóteo. Segundo os Puritanos, quando Deus quer trazer avivamentos à Igreja, ele restaura o culto doméstico nos nossos lares. Investir no Culto Doméstico implica lutar contra a preguiça e contra as situações adversas, pois é muitas vezes quando queremos trazer Cristo ao nosso lar que os desafios e adversidades aumentam. Pode não ser fácil, mas é algo que fica na memória dos nossos filhos, eles vão valorizar esse tempo em família. Não há estilos certos de Culto Doméstico, sendo que o exemplo deixado pelo pregador engloba 3 componentes: a partilha de bênçãos, a oração e o estudo bíblico, passando pela memorização da Palavra, que é fundamental, para que em momentos difíceis eles a relembrem. São, portanto, muitos os desafios, e há muito a fazer no sentido de cada vez honrarmos mais a Cristo nos nossos relacionamentos. De modo a termos famílias centradas em Cristo não podemos esquecer 3 campos: a área pessoal – a nossa intimidade individual com Deus; a área conjugal – intimidade espiritual com o cônjuge; área familiar – com os filhos, culto doméstico. As mudanças acontecem quando nós percebemos que é o nosso coração que tem de ser transformado. É e será uma luta diária, mas que possamos todos dizer “eu e a minha casa, serviremos ao Senhor!”.

Levi Oliveira
Juventude Evangélica da Beira-Vouga